Outubro Rosa – prevenção do cancro da mama
No mês em que assinala a campanha de prevenção e sensibilização para o diagnóstico precoce do cancro da mama – Outubro Rosa -, um apelo essencial para que cada vez mais mulheres façam o rastreio precoce desta doença – é crucial falar sobre o assunto que pode ajudar a esclarecer dúvidas e mitos e a tornar as mulheres mais seguras, diminuindo o medo associado. Por isso, é fundamental divulgar o máximo de informação possível, sensibilizar para a importância do rastreio e iniciar a prevenção desde cedo.
O que é o cancro da mama?
O cancro da mama é o resultado da multiplicação de células mamárias anormais, que formam um tumor com potencial para invadir outros órgãos. Alguns tipos de tumores desenvolvem-se rapidamente, outros mais lentamente. Mas, na maioria dos casos, há boa resposta ao tratamento, principalmente quando a doença é diagnosticada precocemente. Vale a pena lembrar que o diagnóstico precoce ainda é o maior aliado para que o tratamento seja eficaz.
O cancro da mama é o cancro mais comum na mulher e o que, no mundo, tem a maior taxa de mortalidade face a outros tipos de cancro na mulher. No entanto, importa salientar que se for diagnosticado e tratado precocemente, o cancro da mama tem uma taxa de cura superior a 90%.
Estilo de vida e cancro da mama
O aumento do número de casos de cancro da mama pode ser devido a mudanças de hábitos e estilos de vida, aumento da vida sedentária, excesso de peso e obesidade, assim como mudanças sociológicas, tais como o aumento da idade ao primeiro parto e diminuição do número de nascimentos.
O excesso de peso e a inatividade física respondem por cerca de 25-33% dos casos de cancro de mama, havendo uma relação inversa entre o índice de massa corporal e cancro de mama em mulheres pré-menopausa e uma relação direta em mulheres pós-menopausa.
Estima-se que a inatividade seja a causa de 10-16% de todos os casos de cancro de mama e o efeito da perda de peso é independente da atividade física. Por outro lado, ter filhos numa idade mais jovem, ter vários filhos e amamentar são fatores que protegem contra o cancro da mama.
Outros fatores de risco para o cancro da mama, são os seguintes:
- Consumir três ou mais bebidas alcoólicas por dia aumenta o risco de cancro de mama em 30 a 50%;
- Ter a primeira menstruação em idade precoce e a menopausa em idade mais tardia aumenta a probabilidade de desenvolver um cancro de mama. Para cada ano de atraso da menarca o risco diminui em cerca de 15% e para cada ano de atraso da menopausa aumenta cerca de 3%;
- Há uma ligação muito clara entre a terapêutica hormonal de substituição (THS) e o risco de desenvolver cancro de mama;
- A Organização Mundial de Saúde informa que, de acordo com estudos, o risco de cancro de mama é maior em mulheres que utilizam THS combinada de estrogénio e progestativo. O risco depende do tempo de uso e é reduzido quando o tratamento é interrompido, estabilizando-se cinco ou mais anos após a interrupção do tratamento;
- As mulheres atualmente ou recentemente a tomar contracetivos orais têm um risco 15-25% maior de cancro de mama em comparação com mulheres que nunca usaram contracetivos orais. Este risco desaparece 10 ou mais anos após a interrupção do uso de contracetivos orais.
Como prevenir o cancro da mama?
Na população europeia, as pessoas que seguem um estilo de vida saudável, que segue as recomendações para prevenção do cancro, têm um risco estimado de menos 18% em comparação com pessoas cujo estilo de vida e peso corporal não atendem às recomendações.
Essa redução de risco foi estimada para um estilo de vida saudável que inclui:
- manter um peso corporal normal (índice de massa corporal (IMC) entre 18,5 e 24,9 kg/m2) e evitar alimentos que promovam o ganho de peso, como bebidas açucaradas e fast foods;
- ser moderadamente ativo por pelo menos 30 minutos por dia;
- amamentação (para mulheres);
- comer principalmente alimentos de origem vegetal;
- limitar a ingestão de carne vermelha, evitando carnes processadas;
- não fumar;
- limitar o consumo de bebidas alcoólicas.
A importância do rastreio
A deteção do cancro da mama no seu estado inicial aumenta as probabilidades de sobrevivência da mulher e pode reduzir a necessidade de certas terapias mais agressivas.
A mamografia é o exame amplamente aceite como o melhor método para detetar o cancro da mama precocemente, antes que se torne palpável. Quando realizada de acordo com as diretrizes europeias, é a melhor forma padrão de deteção precoce disponível atualmente e as evidências científicas mostram que diminui significativamente as taxas de mortalidade pela doença.
As diretrizes europeias recomendam o rastreamento em todas as mulheres com idade entre 45 e 74 anos. Para aquelas com idade entre 50 e 69 anos é recomendado o rastreamento a cada dois anos; para idades entre 45 e 49 anos, a cada dois a três anos; e dos 70 aos 74 anos, a cada três anos.
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Este texto foi escrito com base na informação divulgada pela Liga Portuguesa Contra o Cancro e pela organização Europa Donna.
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